FUSHIGI
YUUGI DOKI
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As
coisas estavam a ficar bastante estranhas. Já não bastava eu ter acabado neste
universo, que se assemelhava a algo como a Antiga China, como agora também
estavam cá outras duas raparigas da minha escola. Uma delas eu conhecia, a
Poppy Takashi, uma rapariga loira do 10.ºC. A outra, pelo que me tinha
apercebido, chamava-se Erio.
Estava
a ficar realmente aborrecida. O trengo estava para ali a ver o que podia vender
mais, provavelmente tinha saído pela rua fora à procura de, sei lá, sapatos
usados e depois vendê-los-ia dizendo que eram iguais aos do Imperador. Será que
elas iam demorar muito mais? Bem, não é qualquer um que consegue escapar do
palácio imperial mas, mesmo assim, o Yukito não tinha ido com a Erio para ir
ajudá-las?
Enquanto
estava perdida nos meus pensamentos, a porta enfim abriu-se.
-
Aleluia! - disse eu, enquanto me levantei para ir ter com eles à porta. A Poppy
estava com uma cara um bocado vermelha e a Erio estava apenas um bocado rosada,
à semelhança da cor do cabelo dela. - Estava a ver que iam demorar muito,
sinceramente, estava a começar a ficar entediada. Não é como se tivesse
acompanhada por pessoas relativamente interessantes com as quais se ter uma
conversa. Anda, vá, entrem. Eu vou fazer-vos um chá e algo para comer.
Comecei
a pegar nas coisas e, enquanto fazia algo que se come, comecei lá o meu
interrogatório, uma vez que estavam as duas um bocado caladas de mais.
-
Então ... Poppy ... Que tal o Imperador? - perguntei, esperando provocar alguma
reacção nela.
-
AH! Mais um idiota destes que andam por aqui! Sinceramente, ainda não percebi
onde está a graça! Isto é para os Apanhados, é, Sophie? Eles fingem que não
sabem sequer o que é um telemóvel! Estão a tentar fazer-me pensar que são do
século passado, ou algo do género! E
depois, tinha um chapéu tão feio, nem imaginam, horrível como tudo. Imperador?
Imperador da treta só se for!
Começamos
a olhar todos para ela, até o Tamahome parou o que estava a fazer e olhou para
ela. Sim, a rapariga estava mesmo passada. E, pelos vistos, ainda não tinha
sequer se apercebido que isto não era uma brincadeira. Estávamos mesmo presas
aqui e não era apenas o século passado.
-
Uau! ... Bem, como é que vocês encontraram-na? - perguntei, dirigindo-me à Erio
e ao Yukito - Não me parece que ela se tenha mantido calada só por estar na
presença da sua majestade e fez porcaria pela certa, acabando por ser presa.
-
Bem ... - disse a Erio, olhando ligeiramente para o Yukito - Nós não a salvamos
de dentro do palácio. Ela já estava cá fora quando a encontramos.
-
Ya, pois, esqueci-me de dizer. Fui salva por um homem lindo! Ele tinha uns
cabelos compridos mesmo lindos e era alto e oh deus ! E pegou-me pela mão, e
agarrou-me como se eu fosse uma princesa, a sua princesa, e depois ... disse-me para ter cuidado com a maneira como
falava e foi-se embora sem dizer mais nada. - a sua voz desvaneceu-se um pouco
e eu pude notar que ela ainda estava um bocado vermelha.
Peguei
em algumas bolachas e coloquei na mesinha de bambu que estava perto deles,
juntamente com um bule de chá que tinha acabado de preparar e uns copos.
-
Sirvam-se. - pedi, com um sorriso na cara, enquanto punha o chá em algumas
chávenas.
-
Mas ... - disse a Erio - Não achas estranho? Como é que essa pessoa estava lá
no palácio e salvou-te? E como é que ele sabia da maneira como tu falavas?
-
Bem, essa tua amiga praticamente que andou aos berros pela cidade ... - disse o
Yukito.
Rimo-nos
todos um bocado, enquanto que a Poppy estava um bocado irritada.
-
Ei!
Esquecemos
o assunto do Imperador e do tal homem que tinha salvo a Poppy e começamos a
falar de coisas non-sense durante o resto do dia. A Poppy acabou por adormecer
e estava com uma cara bastante engraçada. Se tivesse a minha Canon aqui comigo,
ela já tinha sido alvo de uma sessão fotográfica das boas! O Yukito e a
Erio tinham acabado por adormecer também, em poses um
bocado mais decentes.
Os
únicos que restavam eram eu e o Tamahome. Este, estava ocupado com umas moedas
ali no seu canto. Reparei que ele nem sequer tinha tomado chá, ou comido e
decidi obrigá-lo a comer. Bem, o facto de ser-se um insuportável irritante não
faz com que se seja desprovido da necessidade de comer.
-
Anda, come algo. - disse, pondo ao lado dele uma chávena de chá, juntamente com
algumas coisas que ele pudesse comer.
Comecei
a perguntar-me porquê que ele interessava-se tanto com aquilo. Não podia ser só
porque dinheiro era um bem essencial. Se ele juntava tanto dinheiro, porquê que
nunca o via a gastá-lo?
-
Obrigado. - acabou por dizer, sorrindo-me.
Sorri-lhe
de volta e decidi ir dormir. Tinha sido um dia longo para nós as três e estava
um bocado cansada.
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