sexta-feira, 24 de maio de 2013

Capítulo 8



FUSHIGI YUUGI DOKI
Capítulo 8 – A Sacerdotisa de Suzaku [By Poppy Takashi]
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Desde que cá chegamos, eu e a Erio, conhecemos muita gente nova. Continuo a querer ir para casa, mas parece que a tão desejada saída não existe. Graças a deus não fui chamada novamente ao otário do imperador. Também não voltei a ver o tipo que me soltou da prisão.
Estávamos a por a mesa para almoçar, quando alguém bateu à porta.
-Poppy, podes ir abrir? – perguntou Yukito.
-Sim, claro – disse eu, encaminhando-me para a porta.
Não a abri logo, apenas espreitei pela frincha.
-EU NÃO ESTOU AQUI! – gritei eu, enquanto corria para de baixo da mesa.
-Que pateta – murmurou Sakie, enquanto ia abrir a porta.
À porta estavam mais uns cavaleiros. A expressão deles era algo diferente da da outra vez.
-Ouvimos dizer que as raparigas que vieram do outro mundo estão aqui. O imperador quer vê-las a todas. Mais uma coisa, as aprendizas de feiticeiras que chegaram cá também terão de ir, embora por outros motivos. Podem acompanhar-nos? – perguntou o chefe dos cavaleiros.
-Realmente vocês devem ter muito interesse em mim – disse eu, colocando os óculos de sol que, por sorte, tinha na bolsa, quando abandonei o meu mundo.
-Bem, acho que temos de ir. Se nós não voltarmos, venham procurar-nos, está bem?  – pediu Erio, juntando-se a mim, para sair.
-Claro, nós vamos – disse Shiori. Ela sempre viveu lá, pelo que percebi. Tal como Tamahome e Yukito.
-Gostava se saber o que é que eles querem de nós – comentou Sakie – O imperador? Interessante.
Eu ri-me.
-Estás a pensar arranjar uma relaçãozinha com o imperador do chapéu da minha bisavó? – disse eu, pegando com ela. Os cavaleiros lançaram-me um olhar zangado.
-Achas? – perguntou a Sakie, com uma expressão de desprezo.
Esta Sakie realmente irrita-me, às vezes.
-Bem, prima, vamos! – disse Desumi.
-Esperem lá, a Sophie? – perguntei eu.
-Realmente, já não a vemos à algum tempo – respondeu Erio.
Mal falamos nela, ela apareceu à porta. Desculpou-se por ter andado desaparecida e desejou-nos sorte. Também nos assegurou que se nós não voltássemos iria à nossa procura.
Pusemo-nos a caminho. A Erio estava séria, e ia calmamente a pé. A Desumi e a Sakie iam a falar entre elas. Eu peguei no meu iPod e pus-me a ouvir música, enquanto preparava o que iria dizer ao gay do imperador, desta vez.
Chegamos ao palácio. A Erio já lá tinha estado, mas nunca entrara mesmo dentro do edifício. A Desumi e a Sakie olhavam algo espantadas para o palácio.
-Bem – começou o cavaleiro – as duas aprendizas esperem aqui. As duas humanas do outro mundo, sigam-me.
-Claro. Vá tomar banho, entretanto. Está a deitar um fedor de todo o tamanho – disse eu, sorrindo-lhe.
A Erio olhou para mim com uma expressão algo chocada.
-Sigam-me – repetiu o cavaleiro.
Pouco depois, estávamos na sala da outra vez, ou melhor, à porta dela. No fundo, tal como da outra vez, estava o imperador, com as mesmas roupas fora de moda que estava da outra vez.
-Sua Majestade, trago-lhe aqui, tal como pediu, as duas humanas que chegaram recentemente a Konan. E devo informar-lhe que o comportamento da loira perante as autoridades não mudou e que também se meteu em vários sarilhos, nas últimas horas.
Eu continuava de óculos de sol e com os phones nos ouvidos. A Erio, pelo contrário, estava séria e fez uma espécie de vénia perante o imperador.
O cavaleiro aproximou-se do imperador, fez uma vénia e murmurou-lhe:
-O que é aquilo que a loira tem enfiado nos ouvidos?
-Não faço ideia – respondeu o imperador.
O cavaleiro voltou até à nossa beira e começou a puxar-me os fios do iPod.
-Também me quer confiscar isso? Nem pense! – mandei-lhe uma canelada – já agora, pode devolver-me o telemóvel?
-A menina anda a comunicar com o inimigo. É uma espia, quer ver? E quando o seu comportamento melhorar, talvez o imperador considere a hipótese de lhe devolver os seus bens.
-EU TROUXE ISTO DE MINHA CASA, NUM MUNDO QUE NÃO É ESTE E ONDE NÓS TEMOS QUALIDADE DE VIDA! – gritei eu. Depois, fiquei a reflectir naquilo que disse.
O cavaleiro levou-me o iPod e eu não disse mais nada.
-Digam-me os vossos nomes, por favor – pediu o imperador.
-Erio Kitami.
-Poppy Takashi.
-Muito bem. Poppy, parece que o que eu te disse não teve efeito nenhum no teu comportamento – repreendeu-me, ele.
-Eu não ligo ao que pessoas que usam chapéus que parecem feitos de patas de abutre dizem – respondi.
Acho que desta vez lhe acertei em cheio. E também tenho a ligeira sensação que exagerei.
-Não comentes este chapéu. Sou obrigado a usá-lo – respondeu o imperador.
A Erio continuava chocada com a minha atitude.
-Então tire-o – desafiei eu – pode ser que eu já considere a hipótese de ser mais… bem-educada – disse.
Não imaginam o meu choque quando ele soltou o cabelo. Tinha… cabelo comprido, enorme. Tal e qual como o homem que me tinha tirado da prisão. Não fui capaz de dizer mais nada.
-Poppy-tan, que se passa? – perguntou-me a Erio, achando estranho o facto de me ter calado de repente.
-N-nada! – disse eu – O que nos queria, Sua Majestade?
-Vejo que a tua atitude mudou consideravelmente – respondeu ele.
Continuei sem dizer nada.
-Bem, não sei se sabem, há uma lenda que diz que uma rapariga de outro mundo vai chegar cá e se vai tornar na Sacerdotisa de Suzaku. Suzaku é o deus de Konan. A Sacerdotisa pode chamá-lo. Este cumprirá todos os desejos da sacerdotisa de Suzaku. Tal como existe a sacerdotisa de Suzaku, também existem sacerdotisas para os outros três impérios. Queria saber se alguma de vocês se quer tornar na sacerdotisa de Suzaku. Para chamarem o deus, teram de reunir todos os “Suzaku Seven”, ou seja, um grupo de “guerreiros” que vos irá proteger e possibilitar-vos a chamada de Suzaku.
Eu e a Erio trocamos um olhar. Bem, isto é que é cá uma coisa! Um deus que nos realiza todos os desejos… Comecei a sonhar acordada. Não era a única. Penso que a Erio estava a fazer o mesmo.
-Sua Majestade, porque não convidou as nossas amigas, a Sakie e a Desumi? – questionou Erio.
-Porque elas são feiticeiras, logo não podem ser sacerdotisas.
-Bem, tu queres ser? – perguntei à Erio.
-Isto é uma decisão difícil… Sinceramente, até agora, acho que tu és capaz de precisar mais desse cargo do que eu.
Eu entendi porque ela me quis dizer.
-Eu aceito o cargo – anunciei por fim – Não te importas, Erio-chan?
-Não, acho que não – disse a Erio. Eu fiquei mais aliviada.
-Bem, Poppy Takashi, a partir de agora, és a Sacerdotisa de Suzaku. Tens de reunir os Suzaku Seven. Cada um deles tem uma letra chinesa gravada no corpo...
-Boa! Agora vou ter de andar a examinar o corpo das pessoas? – perguntei eu, escandalizada.
-Afinal a tua personalidade continua a mesma… - suspirou o imperador.
-Lamento, sou assim por natureza – disse eu, com um ar irónico – Ainda não nos disse o seu nome.
-Hotohori – respondeu ele.
-Tem ideia de onde onde posso encontrar o primeiro lá desses… Suzaku Seven? – perguntei.
-Já encontraste um. Eu sou um deles – disse ele.
-Ah, bom. Vai ser assim tão fácil? – perguntei.
Por um lado, estava feliz. Por outro, estava triste. Sem razão, não é?
-Acho que não. Mas eu estarei lá para ajudar no que for preciso, dependendo do que o meu cargo permitir.
Olhei-o de alto abaixo. Com o cabelo solto ficava muito menos gay do que com o chapéu. Era mesmo bonito. Também já tinha chegado a essa conclusão outro dia.
-Tudo bem – aceitei eu – o que tenho de fazer agora?
-Terás de te mudar para o palácio – disse o imperador.
-E os meus amigos novos? E a minha casa no outro mundo? – perguntei.
-É mais seguro vires para cá. O inimigo estará de olho em ti, quer-me parecer, uma vez que és a Sacerdotisa de Suzaku.
Que seca vai ser ter de viver naquele sítio. Mas se isso me permitir tornar alguns dos meus sonhos realidade…
-Bem, acho que tenho aqui tudo…
-Então está tudo bem. Agora podem sair as duas – disse o imperador. E chamem as feiticeiras.
Ambas saímos.
-Poppy-tan, podes explicar-me porque é que a tua atitude mudou tão de repente?
-Bem,… por onde é que eu hei de começar? – disse eu, algo envergonhada.
-Pelo princípio! – exclamou Erio, rindo-se suavemente.
-O-imperador-era-o-tipo-que-me-tirou-da-prisão-outro-dia-e-eu-nem-tinha-percebido-que-era-ele-e-pronto – respondi eu, mecanicamente.
-Meu deus, estás a brincar? – perguntou a Erio.
-Quem me dera que estivesse! – disse eu, revirando os olhos.
Fomos ter com a Desumi e a Sakie.
-O imperador quer ver-vos – disse a Erio.
Ambas entraram.
Seguiram até à frente do imperador e fizeram uma vénia.
-Bem-vindas – saudou o imperador, Hotohori – Os vossos nomes?
-Sakie Misawa.
-E eu sou a Desumi Imagawa.
-Bem, aprendizas de Feiticeiras, gostaria de saber se vocês estão muito ou pouco avançadas…
-Mais ou menos – respondeu Sakie.
-Muito bem. Necessitaremos da vossa ajuda para ajudarem a Sacerdotisa de Suzaku a encontrar o resto dos Suzaku Seven.
-Se me permite, quem é a Sacerdotisa de Suzaku? – perguntou a Sakie, algo curiosa.
-Poppy Takashi – respondeu o Hotohori.
-O quê? – Sakie parecia algo indignada com isso.
-Sim, ela aceitou – prontificou-se, Hotohori, a concluir – Conto com a vossa ajuda.
Sakie e Desumi fizeram uma vénia e abandonaram o palácio.
Pouco depois, vieram ter comigo e com a Erio, que estávamos cá fora, sentadas nas escadas, à espera.
-Poppy Takashi, é verdade que és a sacerdotisa de Suzaku? – perguntou Sakie, espantada e quase aos gritos.
-Sim, eu mesma! Porquê?
-Nós vamos ter de te ajudar a encontrar os Suzaku Seven.
-Podem ficar com a parte de inspeccionar os corpos deles – disse eu, com um sorriso.
-Eww – murmurou Desumi.
Eu ri-me. Pouco depois, uns cavaleiros vieram ter comigo.
-Devolvam-me o telemóvel e o iPod – disse eu.
-Vai começar, outra vez?
Não sabia muito sobre o meu cargo, mas resolvi abusar um pouco dele.
-Vão desobedecer à sacerdotisa de Suzaku?
Eles ficaram chocados, e responderam que tinham de ir perguntar ao Hotohori.
-Bem, parece que vou ter de ficar aqui a viver, pelo menos, por agora… - Disse eu, lentamente.
-Oh! Lembrei-me agora de uma coisa! Será que deram pela nossa falta no mundo humano? – questionou Erio, parecendo preocupada.
-Pelo menos para mim, de certeza que não deram. Nunca dão – protestei eu.
Como ia ficar no palácio, levei as outras até à porta. Mas, quando lá cheguei, apanhei uma bela surpresa.
Shiori estava ali, com uma linda mulher, de cabelo um pouco mais escuro que o dela e que envergava o que parecia ser um quimono.
-Shiori? – exclamei eu, dando-lhe um abraço.
-Est-Esta é a Nuriko – disse Shiori, trocando um olhar com a amiga.
- Muito prazer! – disse eu.
Todas cumprimentamos a amiga da Shiori.
-Novidades? – perguntou Shiori.
-Yep – respondi eu – vou passar a viver aqui.
-Porquê? – perguntou Shiori, mostrando-se intrigada.
-Sou a nova sacerdotisa se Suzaku – disse eu.
-O quê? – perguntou a Nuriko.
-Sim, isso mesmo! – respondi eu.
-Bem, mais uma amiga para eu passar o tempo! – exclamou Shiori, irradiando felicidade.
-Bem, meninas, vemo-nos amanhã. Eu vou visitar-vos, nem que fuja! – gritei eu.
Com que então, Sacerdotisa de Suzaku… Quero encontrar os Suzaku Seven que faltam depressa para poder voltar para casa… e realizar outros sonhos! Estou curiosa sobre o que me espera, agora que a porta do destino se abriu!

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