sexta-feira, 24 de maio de 2013

Capítulo 10



FUSHIGI YUUGI DOKI
Capítulo 10 (By Sophie Lestrange)
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Tinha acabado de acordar. Estava um bocado sonolenta ainda, por isso decidi ir à casa de banho lavar a cara. A casa de banho ficava para o lado do quarto do Yukito e fiquei um bocado espantada quando vi lá o Tamahome, a Sakie e a Desumi à porta. Decidi então ir espreitar o que estava a acontecer.
- Ei, então, que se passa ... - disse, antes de sequer entrar no quarto e ver o que tinha gerado tamanha agitação. Quando entrei no quarto deparei-me com uma visão um bocado embaraçosa. A Erio estava na cama do Yukito, um bocado perto um do outro, ela com uma cara completamente vermelha e ele despreocupado, ainda meio sonolento, como se nada tivesse acontecido. - Ah vejo que houve uma noite atribulada aqui para estes lados.
A Erio corou ainda mais, começando a gaguejar e a tentar desculpar-se ( de quê? Não sei bem ... ).
- M-Mas não é nada do que ...
- Não, não te preocupes !- disse, sorrindo um bocado e começando a enxotar os outros do quarto. - Descansem um bocado, o Yukito nem parece estar acordado ainda ...
A Sakie ria-se um bocado da situação, enquanto que a Desumi e o Tamahome pareciam ainda estar um bocado espantados com tudo aquilo.
- Vá, andem! 'Tou com fome!
Acabamos por sair todos do quarto, deixando os outros dois para trás ... o Yukito despreocupado e tentando acalmar a Erio. A Erio ... bem ... parecia mais um tomate que outra coisa. Já tinha notado que a Erio parecia ter gostado do Yukito desde o início.
*


Estávamos todos sentados na sala quando a Erio e o Yukito decidiram juntar-se a nós. Para evitar que a Erio caísse ali para o lado, decidimos não falar no que tinha acontecido aquela manhã ( Por muito que eu quisesse ... estava aborrecida, com falta de entretenimento para passar os dias. Os dias lá em Konan eram uma autêntica seca! Um constante não-se-fazer-nada que me irritava solenemente. Mas, por alguma razão que não compreendia, parecia-me que isso ia mudar em breve. )
- Bem, agora que estás aqui Erio ... Podes nos explicar o que aconteceu no palácio e porquê que a Poppy está lá no palácio ... outra vez.
A Erio aconchegou-se um bocado mais no sofá e depois olhou-nos a todos.
- Pelos vistos há uma coisa chamada a Sacerdotisa de Suzaku e a Poppy foi escolhida para sê-lo. Ela vai ficar lá a viver no palácio agora e vai ter que procurar os sete guerreiros de Suzaku. Depois, pode pedir três desejos ... Esses tais ... Suzaku Seven acho eu, têm marcas ... marcas no corpo, com símbolos, palavras que aparecem quando os poderes destes são activados.
Olhamo-nos todos. Pelos vistos, a Sakie e a Desumi já sabiam disso, porque elas também tinham ido ao castelo no dia anterior. Fiquei um bocado espantada, aquele imperador devia ser tão estúpido como a Poppy dizia. Então se ela estava praticamente como que presa naquele palácio, como é que ela ia procurar os Suzaku Seven? Eles iam ter com ela, é? Como que de bandeja, todos em filinha com uns lacinhos à volta, bem perfumados e bem vestidos?
- Temos que ir ao palácio então!
- Porquê? - perguntou a Sakie, olhando para mim. Contudo, ela não parecia muito relutante em voltar ao palácio.
- Para ajudar a Poppy, claro! Duvido que ela consiga os encontrar sozinha e se ela ficar naquele palácio de uma figa, não vai encontrá-los pela certa. E ela pode muito bem usar um daqueles desejos para fazer-nos voltar para casa ... E, sinceramente, por muito que eu goste de antiguidades, a ideia de ir tomar banho ao rio não me agrada lá muito, sabem? Além do mais ... os nossos pais devem estar preocupados e eu não quero dar problemas de coração à minha mãe.
Acabaram todos por concordar em irmos ao palácio e assim o fizemos, guiadas pelo Yukito e pelo Tamahome. Não percebi porquê que o último tinha vindo connosco. Ele parecia nunca se importar com nada ... a única razão pela qual ainda estávamos a viver com ele é porque, bem, a casa afinal era dele e do Yukito. Mas, desta vez, ele parecia estar interessado. No momento em que a Erio falou nas marcas ele arregalou os olhos, ficou um bocado inquieto até ... Achei isso um bocado suspeito, mas decidi ignorar por algum tempo, pelo menos até chegarmos ao palácio.
*


Os guardas não nos queriam deixar entrar. Estava a começar a passar-me, mas não havia lá muito que podia fazer quanto a isso, né? Não é como se eu fosse como a Poppy, inconsequente e hiperactiva, e começasse aí aos berros com os guardas por não me deixarem entrar. Se eu fizesse, aí sim eu iria entrar no palácio ... Mas para a prisão, só se fosse.
- Deixem isto aqui para nós as duas, kay? - disse a Sakie, sorrindo enquanto afastava-nos a todos para trás, excluindo a sua prima. - Né, Desumi?
A Desumi olhou para a prima que estava ao seu lado e também sorriu um bocado.
- Vamos lá.
As duas pegaram nuns pós que tinham no bolso e atiraram para os guardas. Proferiram algumas palavras que eu não consegui compreender e os guardas caíram num sono profundo.
- Então ... vocês são feiticeiras, é? - perguntei.
- Sim ... - disse a Desumi - Mas ainda só somos medianas, ainda não treinamos o bastante e ... não conseguimos fazer feitiços muito grandes. Mas sim, conseguimos fazer magia.
- Vocês ... conseguiriam levar-nos ao mundo humano, né?
- Acho que conseguiria. - a Sakie disse, olhando depois para a entrada onde estavam os guardas agora adormecido. - Vamos rápido antes que eles acordem.
*


Tentamos evitar os outros guardas, quantos menos tivéssemos que adormecer melhor. Contudo, por dentro, nem havia muitos guardas. Os corredores que tínhamos encontrado eram relativamente vazios, até que encontramos duas raparigas.
- Shiori, acho que está aqui alguém... - disse a do cabelo roxo.
- Fogo apanharam-nos - disse a Sakie, preparando-se para mandar alguns pós.
- Achas Nuriko? - a outra rapariga olhou à volta e, como não viu ninguém, decidiu ignorar - Deves estar a ouvir coisas, não te preocupes ...
- É, deve ser isso ... Vamos! Quero que experimentes uns vestidos lindos !!!
Consegui ver a outra rapariga, Shiori, a rir-se um bocado enquanto ia embora com a outra. Contudo, a rapariga do cabelo roxo ainda olhou um bocado para trás, para a coluna onde estávamos escondidas. Quando elas desapareceram atrás de uma porta, respiramos todos de alívio.
- Vamos lá ... A sala onde o Imperador está é já ali! - exclamou a Erio. Seguimo-la todos.
- Bem ... eu acho que isto não é lá muito boa ideia ... Entrar na sala do Imperador? Sem permissão? - disse o Tamahome quando estávamos prestes a entrar na sala.
- Não queres, não tivesses vindo, tá? Agora faz-te homem e vamos entrar.
Entramos todos na sala e deparamo-nos com o Imperador a olhar para nós estupefacto. Sim, a Poppy tinha razão. O chapéu era mesmo feio! Fogo, como é que alguém podia andar com tal coisa na cabeça? Não tinha germes? Germes da feiura? Ou algo do género. Seria contagioso? Memorando: Não me aproximar daquele chapéu.
- Bem, quê que vocês estão a fazer aqui? - ele perguntou.
- Desculpe-nos Imperador mas é que as meninas queriam falar consigo e ... - disse o Yukito.
- Sim, nós precisamos de falar consigo. - disse eu, tentando não me rir perante tamanho atentado à moda - Vossa Excelência, soubemos que a Poppy é a nova ... Sacerdotisa de Suzaku? Estou a dizer bem?
A Erio acenou que sim com a cabeça e eu continuei:
- Contudo, não pude deixar de reparar ... que está a mantê-la aqui no palácio. Como espera que ela vá encontrar os guerreiros, então? Não é como se eles viessem ter com ela, mal ela os encomendasse, como as pizzas da telepizza.
- Desculpe?
- Esqueça aquela última parte. Mas continuando, ela vai precisar de sair do palácio e partir à procura deles, porra!
Ficaram todos a olhar para mim. Ei! Porra não é um palavrão ... pois não? Penso que não, mas que se lixe. O Imperador do chapéu feio decidiu falar.
- Bem, sim, ela vai precisar de sair do palácio ... mas que têm vocês a ver com isso.
Foi a vez da Sakie falar.
- Queremos ajudar. Não é que eu tenha me simpatizado lá muito com a menina que não se cala, mas não me apetece lá muito estar sentada sem fazer nada. Para além do mais, eu e a minha prima somos feiticeiras. Podemos ser de alguma ajuda.
O Imperador ficou a olhar para nós durante algum tempo, como se estivesse a pensar no que iria fazer a seguir. Depois de alguns minutos, olhou para os guardas e deu-lhes uma ordem.
- Vai falar com a Nuriko e com a Shiori e pede-lhes para irem chamar a Poppy.
Sorrimos todas umas para as outras, enquanto que o Yukito e o Tamahome pareciam indiferentes. Ao fim de alguns minutos a Poppy acabou por entrar na sala, acompanhada pelas raparigas que tínhamos visto antes.
- ALELUIA! Companhia digna! Estava a ver que ia ficar naquele quarto sem fazer nada o dia inteiro! - depois de olhar para nós, olhou para o Imperador - Vejo que ainda está a usar esse chapéu horroroso ... Sinceramente, como Imperador não tem poder para fazer algo quanto ao chapéu? Até dói olhar.
Apesar do olhar desaprovador do Imperador, ela correu para a Erio e abraçou-a.
- Tive saudades tuas! Ontem não deu para falarmos muito e eu estava a ficar bastante aborrecida ... Sabes, a bateria do Ipod e do telemóvel lá se foi e pronto ...
- Sacerdotisa ... - disse o Imperador, sorrindo enquanto olhava para Poppy - Vamos sair do palácio.
- Vamos? ALELUIA! Vamos a onde? A um shopping?
O Imperador olhou-lhe um bocado espantado. Mas a Poppy batia bem? Não podia, só pode. Ela acha mesmo que há shoppings para estes lados?
- Bem ... Não sei o que possa ser isso mas, mesmo assim, não. Vamos partir em busca dos Suzaku Seven e ...
- Oh, pensava que seria algo mais excitante ... Mas também serve.
- Importa-se de não me interromper a toda a hora? Obrigado. Bem ... os seus amigos vêem connosco. Juntamente com a Shiori e a Nuriko. Vamos partir de imediato, vou pedir aos guardas que nos preparem cavalos.
- Mas ... senhor, se me permite, quem é que vai ficar no palácio se o senhor vai partir em busca dos Suzaku Seven com a Poppy? - perguntou Nuriko.
- Vou pedir a um dos embaixadores que fique aqui em meu lugar até eu voltar.
E, dito isto, e depois de termos tudo preparado, partimos todos rumo a uma aldeia lá perto, tendo que passar antes por uma floresta.
*


- Aff, estou aborrecida ! - disse a Poppy, em cima do seu cavalo. - Vamos parar! Anda lá, vamos parar! Estou tão cansada!
- Mas nós nem sequer estamos a andar há meia hora, Poppy - disse a Erio, rindo-se um bocado da sua amiga.
- Pronto, vamos parar. Há um rio perto daqui, pudemos deixar os cavalos a beber água e refrescar-nos. Depois, fazemos umas tendas ... Já está a ficar tarde. - o Imperador disse, apontando para um rio ao longe.
Pusemo-nos todos com os pés no rio. Os rapazes estiveram de acordo em irem tomar banho no outro lado do rio, para que nós puséssemos estar descansadas. Estávamos todas praticamente de roupa interior e pusemo-nos a falar na água, brincando um pouco, atirando água umas às outras.
Ao longe ainda podíamos ver os outros três.
- Ei, Ei, Poppy - disse a Sakie - Aquele Imperador é bem jeitoso quando não está com o chapéu horrível. Tem um cabelo bem giro, sabes ... e apesar de ser de longe, aquele corpinho parece ser bem bom.
- Cala-te, Sakie! - ela respondeu, um bocado vermelha, e atirando água para a feiticeira. Eu, a Shiori, a Erio e a Desumi apenas nos ríamos com a situação. Pelos vistos a Nuriko não quis vir tomar banho. Disse que estava com frio e preferiu ficar a tratar das tendas.
Começamos a ouvir algum barulho lá para as árvores.
- Chiu. - disse. - Não estamos sozinhas na floresta.
- Será um urso? - perguntou a Desumi, um bocado assustada.
- Não me parece ... - disse a Shiori, olhando para o lugar donde vinha o barulho - Escondam-se.
Saímos todas da água e metemo-nos junto com a Nuriko, numa tenda.
- Vou chamar os outros ... - disse a Poppy - Estou com medo e eles é que sabem manusear aquelas coisas nos cavalos.
- Estás a falar das espadas? - perguntei.
- Sim, isso mesmo.
A Poppy correu a pé aonde os outros estavam.
- Espera ... ela esqueceu-se de colocar a roupa e está só em roupa interior, né? - a Nuriko evidenciou.
- Yup. - dissemos todas em uníssono, sem nos rirnos porque ainda estávamos com medo do que quer pudesse estar a vir na nossa direcção.
*


- Ouviram isto? - perguntou o Tamahome, olhando em redor.
- Sim. - disse Hotohori, olhando na direcção das tendas. - Vou ter com elas ...
- Se me permite, acho melhor que não vá - disse Tamahome - Fique aqui, a Poppy parece estar a vir na nossa direcção, alguém tem que estar aqui para quando ela chegar. Se o que quer que esteja ali venha cá, é melhor que alguém esteja aqui para protegê-la. Eu e o Yukito vamos.
O Tamahome e o Yukito começaram a correr na nossa direcção, chegando, ao fim de pouco tempo, perto das tendas. O Tamahome estava com uma camisola ( de linho, acho eu ) branca, enquanto que o Yukito estava de tronco nu.
- Está tudo bem? - perguntou o Yukito, olhando em redor, especialmente para a Erio.
- Sim, por agora ... - disse a Erio, tentando não manter contacto visual com o Yukito.
Ouvimos mais um ruído e vimos duas criaturas bastante estranhas a saírem da floresta.
- Escondam-se! - disse o Tamahome.
O Yukito pegou instintivamente na Erio e colocou-a na tenda e as outras na tenda. Olhei para a espada perto do cavalo e decidi pegar nela.
- Vai lá para dentro! - ele disse-me, mas eu não obedeci.
- Primeiro, tu não mandas em mim. - disse, com a espada na mão. - Segundo, eu já sou crescida, sei tomar conta de mim.
- Tu sabes sequer mexer nisso? - ele olhou para mim.
- Tive aulas de esgrima durante 7 anos, acho que sei usar uma espada, tá? E tu não vais conseguir tomar conta daquela ... coisa ... sozinho, ainda por cima só usando o corpo! Não sejas suicida!
- Eu tenho o controlo da situação.
- Como queiras.
Aquilo estava a começar a aproximar-se. Um deles vinha na nossa direcção, enquanto que outro ia na direcção da Poppy e do Imperador.
Comecei por dar alguns golpes com a espada "naquilo", tentando conferir-lhe alguns ferimentos. Contudo, aquela besta era horrível e estava a irritar-me solenemente. O Tamahome avançou dando alguns pontapés e coisas que tais na besta, conseguindo apenas afastá-la. Aquilo empurrou-me para o chão e, então, acabei por cair no chão. Quando a criatura quase que ia se saltando para mim, o Tamahome conferiu-lhe um golpe que a mandou pelos ares, fazendo com que ela corresse, fugindo. Reparei então num símbolo, um símbolo estranho na testa dele. Levantei-me e notei que ele olhava para mim, tentando esconder o que quer que ele tivesse na sua testa.
Afastei a mão dele com a minha, tentando ver o que ele tinha lá, afastando também algumas madeixas de cabelo. Era uma marca, a marca de um símbolo chinês. Ele era um dos Suzaku Seven! Era por isso que ele tinha vindo connosco e a razão pela qual ele estava inquieto quando falamos nas marcas!
*


Poppy estava atrás do Hotohori, que a protegia com os braços daquilo que estava a atacá-los. Ele pegou na espada que tinha trazido para a sua beira no caso de algum imprevisto. O cabelo solto e molhado a cobrir-lhe as costas nuas. Poppy olhou por si a baixo e reparou que estava só de roupa interior e corou bastante.
Começou a reparar que a marca do Imperador tinha aparecido, no lado esquerdo do seu pescoço. Ele conferiu um golpe profundo na criatura, que revelou-se mortal.
Ele virou-se para trás.
- Está tudo bem? - perguntou.
- Ah ... S-Sim ... Então ... Essa é a tal marca? - Poppy perguntou.
Hotohori desviou o cabelo para o lado direito, revelando então a marca em todo o seu esplendor. Poppy não conseguiu evitar tocá-la, tocando então por conseguinte no pescoço do Imperador. Este inclinou-se um bocado para baixo, olhando então para ela, para os seus olhos azuis. Uniu os seus lábios aos dela, sorrindo e puxando-a um pouco mais para perto de si.

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