FUSHIGI YUUGI DOKI!
Capítulo 1 – O Misterioso Livro [By Poppy Takashi]
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Olá. O meu nome é Poppy Takashi e tenho 15 anos. Sou metade
Americana (do lado da minha mãe) e metade Japonesa (do lado do meu pai). Tenho
cabelo loiro e olhos azuis e sou uma pessoa preguiçosa e, por vezes, bastante
chata.
Tinha acabado de entrar numa livraria com a minha amiga Erio
Kitami, naquele momento.
-Poppy-tan, eu quero ir ver se encontro uns livros de
terror. Queres vir comigo ou preferes ir ver outra secção? – perguntou-me a
Erio.
-Se não te importares, vou ali à secção do manga shoujo -
respondi, acenando, enquanto me afastava.
Quando cheguei à secção que procurava, fiquei a olhar,
maravilhada, para os vários mangas. Shugo Chara!, Pixie Pop, Love Monster,
Kamichama Karin,…
Enquanto estava a escolher um manga para comprar, alguém foi
contra mim e deixou cair um livro.
Baixei-me a apanhei-o. Não entendi o que dizia, porque
estava escrito em chinês, uma língua que não domino. Tentei encontrar a pessoa
que o tinha deixado cair, mas nada. Resolvi ir ter com a Erio.
-Erio-chan! Erio-chan!
Ela levantou os olhos. Estava com um livro que tinha um
desenho horripilante na mão.
-O que foi, Poppy-tan? – perguntou.
-Alguém deixou cair este livro. E está escrito em chinês. É
muito estranho. Tens de o ver.
A Erio pegou nele e leu o título.
-“O Universo dos 4 deuses”.
-O que é isso? – perguntei eu.
-Sei lá. Vamos dar uma vista de olhos?
-Claro! – disse eu, entusiasmada, devido ao facto da minha
amiga saber chinês.
Começamos a ler. O início do livro era estranho. Dizia que
quem começasse a ler aquele livro tornar-se-ia na personagem principal da história.
Eu nem gosto muito de ler, mas aquele livro acabou por me cativar a atenção.
De repente, algo muito estranho aconteceu. Uma luz vermelha
envolveu-nos. Não vi nada, porque fechei os olhos, só senti alguém a agarrar-me
pelo braço.
Quando finalmente abri novamente os olhos estava num sítio
estranho, meio desértico. Nada de livro, nada de livraria, nada de manga. A
Erio estava deitada ao meu lado, no meio do chão, com um ar tão espantado
quanto o meu. Depois, reparei que uma terceira rapariga estava agarrada ao meu
braço, ainda de olhos fechados. Tinha cabelo castanho, com um corte irregular e
olhos azuis. Acho que ela andava na minha escola…
-Tu não és a Sophie, do antigo 10ºA? – perguntei.
-Sim. Sophie Lestrange – respondeu ela – E tu és… deixa-me
ver se me lembro do teu nome… Poppy?
-Exactamente, é isso. Poppy Takashi.
-Erio Kitami – apresentou-se Erio.
-Prazer.
-Sophie… onde é que estamos, sabes? – perguntei eu, confusa.
-Sei. Estamos numa zona fora da cidade de Konan. Vocês
estavam com o meu livro, na livraria.
-O livro era teu? – perguntou a Erio.
-Era. Pelo menos, há umas semanas pertencia-me.
-Quero ir para casa – disse – Onde é a saída?
-Não é. Uma vez aqui, não podes sair assim tão facilmente –
respondeu a Sophie, de uma forma algo fria.
-Tem de haver uma saída, certo? – perguntou Erio.
-Tens de falar com alguém que esteja por dentro do assunto,
para isso – respondeu Sophie – bem, este livro é mágico e faz com que quem o
leia seja transportado para dentro da história.
-Isto é uma ilusão, então – respondi eu.
A conversa continuou um pouco sem sentido, até que fomos
interrompidas por um grupo de cavaleiros. Todos nos apontaram as lanças que
traziam consigo.
-O-O que é isto? – perguntei assustada.
-Deixem isso comigo – respondeu a Sophie.
-Isto parece o livro de terror que estava a ver na livraria…
- murmurou Erio.
-Eu sou a Sophie Lestrange, amiga de Tamahome e de outras
pessoas deste povo e estas são minhas amigas. Por favor, não lhes façam mal.
Os cavaleiros começaram a murmurar entre eles:
-Mais gente que não é de cá.
-Estas raparigas realmente são umas belas peças.
Eu troquei um olhar com a Erio e com a Sophie e virei-me
para os cavaleiros:
-Eu sei que sou muito bonita, mas esses comentários não são
muito apropriados à situação, pois não?
Os cavaleiros apontaram, com mais firmeza, as lanças.
-Podem baixar as armas. Eu conheço uma das raparigas – disse
um rapaz.
-Oh, és tu, Yukito. Olá – cumprimentou Sophie.
-Senhores, esta é a Sophie Lestrange, que costuma estar cá,
só voltou ao outro mundo por causa de uns assuntos pessoais. E se estas
raparigas estão com ela, não devem ser más pessoas. Deixem-nas ir.
-Sim, isso seria bom da vossa parte – comentou Erio.
-Está bem – acederam os cavaleiros e o que parecia ser o
chefe olhou na minha direcção – Mas eu não tolero o comportamento daquela
rapariga pelo que, depois, terá de ser levada até à presença do imperador.
Imperador? Mas que história é essa? Eu só quero pôr-me a
andar daqui! Mas esta gente é toda doida ou quê? Isto é um sonho. Quando
acordar, vai estar tudo normal.
-Acho que exageraste, Poppy-tan – disse-me baixinho, a Erio.
-Silêncio! – ordenaram os cavaleiros, que ainda não se
tinham ido embora.
-Eu escolto as raparigas – disse o tal rapaz, o Yukito.
-Desta vez, confiamos em si. Da próxima, aquela loira vai
directinha ao palácio real.
Deitei-lhes a língua de fora e eles ficaram furiosos. Gosto
tanto de tirar a paciência às pessoas e irritá-las!
Seguimos os quatro por um caminho íngreme, até chegarmos a
uma cidade cheia de casas ao estilo da China antiga. Realmente isto até tem
alguma ligação com o facto de o livro estar escrito em chinês.
-Vocês são virgens, raparigas novas? – perguntou o rapaz.
-O que tens a ver com isso, meu grande idiota? – perguntei
eu.
-Porquê essa pergunta? – perguntou a Erio, um pouco corada.
A Sophie riu-se.
-Acho que ainda não vos apresentei – disse ela – Esta é a
Poppy Takashi e esta é a Erio Kitami.
-Yukito Kurosaki – disse ele – Se não se importam, vamos
passar em minha casa primeiro. Penso que o meu amigo Tamahome está lá à espera.
-O idiota que só quer dinheiro? – perguntou a Sophie.
-Ele não é idiota – disse o Yukito.
-Quem é esse tal Tamahome? – perguntou a Erio.
-Um idiota – respondeu a Sophie.
-Já tinhas dito – disse eu, a rir-me.
Por fim, chegámos a casa do Yukito. Um rapaz de cabelo azul
escuro, preso num penteado esquisito e olhos da mesma cor estava à espera.
-Olá – cumprimentou ele – Quem são elas?
O rapaz apontou para mim e para a Erio.
-São novas cá. Vieram do mesmo sítio de onde veio a Sophie.
Por acidente, pelo que percebi.
O rapaz pegou numas bonecas estranhas e começou a tentar
vendê-las.
-Sophie, tinhas razão – disse eu – ele é idiota de todo.
-Porque é que ele quer dinheiro? – perguntou Erio.
-Porque o dinheiro é um bem essencial – disse ele – Já agora,
o meu nome é Tamahome.
Mais uma vez, procederam-se as apresentações. Esta gente,
aqui, é muito estranha.
Naquele momento, alguém bateu à porta. O Yukito foi abrir.
- Onde está a tal rapariga loira de olhos azuis que foi
reportada ao palácio real? Precisamos de a levar – disse o homem, um cavaleiro.
-Outra vez vocês? – protestei – já vos vi vezes demais à
minha frente. Se ao menos fossem bonitos, mas nem isso.
-À MINHA FRENTE! – rosnou o cavaleiro.
-É melhor ires – disse o Tamahome.
-Volto já, então – anunciei, saindo com o homem asqueroso
que me viera buscar.
Passado algum tempo (eu tive de ir a pé enquanto que o
feioso tinha uma mula), chegámos a um suposto palácio, que não era nada daquilo
que eu tinha imaginado. Não tinha nada a ver com aqueles palácios lindos dos
contos de fadas. Era uma espécie de templo chinês. Que interessante.
-Espere aqui e tente comportar-se decentemente – disse o
homem.
O cavaleiro foi falar com outros cavaleiros, igualmente
feios, por sinal, e eles vieram vigiar-me. Fui à minha bolsinha e peguei no
telemóvel. Sem rede. Que bela porcaria. Depois reparei que os cavaleiros
olhavam espantados para o objecto.
-O que foi? Nunca viram? – perguntei.
-O que é isso? – perguntou um deles.
-Você vive no século passado ou quê? – exclamei eu,
visivelmente chocada.
-Tente manter-se calada, sim? – exigiu o cavaleiro – E
lamento informar, mas vou ter de lhe confiscar esse objecto.
-O que é que eu fiz agora, posso saber? – perguntei.
-Pode estar a falar com o inimigo – respondeu ele, puxando-me
o telemóvel.
Revirei os olhos. Esta gente é mesmo doida.
O outro cavaleiro veio cá fora e chamou-me.
Eu subi as escadas, até à porta, e resolvi ignorá-lo.
-Comporte-se, porque vai falar com sua majestade.
-Vá-se lixar – respondi.
Entrei pela porta dentro e comecei o meu discurso que já
tinha pensado.
-Ouça lá, eu não fiz nada, vocês vivem no século passado e
os seus homens são asquerosos. Ou deixam de me tirar os meus objectos ou então
eu chamo a polícia. Espere lá, sem telemóvel não há polícia. Ah, e mais uma
coisa, eu não contacto o inimigo, sim? Vocês são normais? E que raio de roupas
são as que vocês usam? Quero ir para casa. Importa-se de me dizer onde é a
saída?
Quando terminei, o homem que estava sentado na cadeira, com
um puxo ridículo e um chapéu que mais parecia da minha bisavó, começou a
rir-se.
-O que foi? Também não sabe o que é um telemóvel? Por amor
de deus. Isto é algum país do terceiro mundo?
-Já acabaste? – disse o homem, falando pela primeira vez.
-Quer que eu continue? – perguntei – Eu continuo, se isso o
fizer feliz. Oh, espere lá, não lhe vou dar essa regalia. Posso ir para casa?
-Quando chegaste cá? – perguntou ele, ignorando a minha
pergunta.
-Ouviu-me, por acaso? – perguntei.
-Ouvi – respondeu ele.
-O que é que eu disse, já que se acha tão espertinho? –
disse eu, de uma forma deveras arrogante. Queria ir para casa.
-Se podias ir para casa e que não me ias divertir.
-Ok, se não me quer responder, não responda. Adeusinho!
Virei-lhe as costas e pus-me a andar.
Quando saí da sala, os cavaleiros, que pareciam ter ouvido a
conversa, arrastaram-me até uma espécie de prisões.
O que é que vai acontecer agora? Alguém me venha tirar
daqui! Maldito livro, malditos cavaleiros e maldito imperador!
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